Aterceira Caminhada Vida Sem Drogas, que será realizada neste sábado, às 17 horas, com apoio de entidades que compõem o Conselho Municipal Sobre Drogas, terá forte participação da Igreja Católica, que mantém a Comunidade Terapêutica Sagrada Família Dom Olívio Aurélio Fazza, uma das três comunidades terapêuticas de Foz do Iguaçu. O bispo diocesano Dom Dirceu Vegini mobilizou as paróquias, principalmente da região central, e determinou ampla divulgação da caminhada para a participação dos fiéis.
"Convocamos todas as pessoas de boa vontade, independente da religião que professemos, a assumirmos esta causa, colocando a vida do ser humano em primeiro lugar. Salvar vidas é necessário e urgente. Sejamos corajosos e ousados. Que a sociedade iguaçuense continue unida, solidária na defesa da vida da dignidade da pessoa humana", conclama o bispo que no sábado passado fez uma visita ao NAR – ANON, grupo de auxílio aos familiares de dependentes de narcóticos. "Eles fazem um trabalho muito importante de acolhida de famílias que têm filhos e parentes envolvidos nestas dependências químicas, acompanham a situação. Acolher e orientar, para elas saberem como lidar com esta situação, é muito importante porque algumas famílias acabam fechando a porta e não acolhem os dependentes", observou o religioso.
Embora explique que a igreja teve conhecimento da caminhada há pouco mais de uma semana, Dom Dirceu afirmou que a mobilização tem sido intensa, com distribuição de cartazes, divulgação do ato no horário da Ave Maria – inclusive por meios radiofônicos -, dentre outros. Dom Dirceu Vegini antecipou que não participará da caminhada porque estará em Missal, mas afirmou que a Igreja será representada pelo padre Sérgio Bertotti, que está à frente da Comunidade Terapêutica Sagrada Família, além de outros párocos e de seus fiéis.
Ele enfatizou que a Igreja pode ajudar as pessoas com dependência química, desde que ela esteja num estágio inicial, "Muitas vezes essa pessoa está em busca do sentido da vida, da felicidade, e é feita essa proposta das drogas onde as pessoas entram por curiosidade, e acabam ficando dependentes. Essa busca pelo sentido da vida não é por aí, pois a pessoa vai se destruindo aos poucos e também a vida familiar", observou. "Mas o trabalho da Igreja é mais voltado à prevenção, na motivação à juventude, porque fica mais difícil depois recuperar um dependente químico. Temos que trabalhar neste sentido da prevenção, e levarmos nossa solidariedade, com gestos concretos, àqueles que nos pedem socorro, principalmente aqueles que querem ajuda", resumiu.
O secretário municipal da Juventude, Trabalho e sobre Drogas, Camilo Antônio de Lima, a caminhada acontece, estrategicamente, sempre uma semana antes do início do carnaval, com apoio de parceiros como a RPC – Rede Paranaense de Comunicação, Guarda Mirim, OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, Secretaria de Segurança Pública, Vara da Infância, dentre outros. "A caminhada na semana que antecede o Carnaval é uma prevenção primária para a conscientização do uso abusivo e indevido de drogas que aumenta consideravelmente neste período carnavalesco", ressaltou o secretário.
Com saída prevista às 17 horas da frente do Edifício Classic, na Xavier da Silva, 616, onde ficam diversas secretarias da Prefeitura de Foz, a caminhada prosseguirá pela avenida Brasil e até a Praça do Mitre, com chegada estimada às 18 horas, onde serão realizados shows artísticos com grupos de jovens do município. "No ato estaremos distribuindo informações sobre a rede primária de atendimento, bem como algumas cartilhas para a conscientização da família, dos professores, dos jovens, em relação ao uso indevido de drogas", antecipou o secretário.
Camilo afirma que Foz segue a tendência mundial de aumento do uso de drogas, e cada vez mais cedo. Há dez anos, o ingresso no mundo das drogas se dava aos 16 anos. Atualmente, o ingresso acontece aos oito anos. E a droga que predomina entre os dependentes químicos é o crack, porque tem um valor inferior, a despeito de seu efeito devastador. Cada uma das comunidades terapêuticas atende entre 25 a 30 jovens que não se adaptam ao centro de apoio psicossocial – álcool e drogas (CAPS AD), ambulatório e outras formas de atendimento. Somente no CAPS - AD são atendidos entre 300 a 400 pessoas mensalmente.
Gazeta do Iguaçu
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