Foz do Iguaçu, diferentemente de outras cidades, abriga um número considerável de espaços para o desenvolvimento das artes cênicas, em edifícios públicos e privados, que, por falta de produção no setor, permanecem boa parte do ano vazios.
É o caso do Teatro Barracão, no Jardim São Paulo, utilizado apenas por professores e escolas de balé e projetos do mantenedor, no caso a Fundação Cultural. "Todos podem requisitar o teatro gratuitamente", diz um dos responsáveis pelo edifício.
O mesmo ocorre com anfiteatro da Escola Estadual Monsenhor Guilherme. Ambos os espaços possuem capacidade para cerca de 200 pessoas e passam a maior parte do tempo sem público, pela falta de ocupação dos grupos que anseiam pelo investimento público de um novo espaço. Em comum esses locais hoje sobrevivem com a realização de palestras e reuniões na maior parte do tempo.
"Alugamos para o pessoal de outras escolas e às vezes para o pessoal do teatro, mas a maioria das vezes o espaço é utilizado para reuniões e cursos", diz a auxiliar administrativo do Colégio Monsenhor Guilherme, Eliane de Souza.
A utilização dos espaços é feita por meio de pedidos, e eles podem ser utilizados sem o pagamento de qualquer tipo de taxa. O mesmo acontece com o Espaço das Américas, que dispõe de um auditório com 340 lugares, em local climatizado, palco e banheiros. "O espaço é de responsabilidade do Governo do Estado, mas aberto para quaisquer manifestações culturais. A utilização desse espaço é gratuita ao público, bastando agendar a atividade", informou a diretora do local, Cléia Oliveira.
Os espaços juntos poderiam formar um grande núcleo para manifestações culturais, fomentando público e também produções culturais, mas isso não acontece. Na opinião dos administradores desses locais, que são ofertados gratuitamente, o que falta muitas vezes é informação e, em outras situações, interesse.
Para o presidente da Fundação Cultural, Rogério Bonato, a produção artística na cidade deveria ser levada a sério pelos grupos que hoje pedem pela construção de um teatro municipal. "Temos mais espaços para manifestações artísticas que qualquer cidade do mesmo porte, o que não temos é produção contínua para movimentar os locais. Todos sabem que eles existem e estão à disposição", completou.
Para tanto a produção de grupos amadores tem sido fomentada pela fundação por meio da criação do Festival de Teatro de Foz do Iguaçu, que reúne todos os anos mais de 20 grupos. "A realização do festival está caminhando a passos largos e melhorando a cada ano com a presença de profissionais que orientam e ensinam. Muitos participantes são oriundos das escolas públicas municipais e despertam para as artes cênicas com o advento das Olimpíadas do Saber, do Esporte e das Artes. Nos últimos anos elaboramos vários projetos ocupacionais, em salas cedidas pelo Boulevard ou especialmente montadas no Shopping Cataratas; e curiosamente essas pessoas que clamam por um teatro nunca apareceram para prestigiar os eventos, que são de ótima qualidade", disse Bonato.
Outras iniciativas estão pelos bairros com os centros de convivência, onde além de atividades físicas as crianças também recebem aprendizado de artes, como música, poesia e outras manifestações. "Há, portanto, a intenção do município em fortalecer a cultura nos bairros, não somente com as oficinas que eram administradas por serviços terceirizados, mas também de ofertar a programação dentro dos centros, e isso abrange um número muito maior de crianças, pois os locais foram projetados para esta finalidade", disse a secretária de Educação, Joane Villela, que participa de vários eventos em conjunto com a Fundação Cultural.
Outra iniciativa recente partiu da comunidade e poder público com a realização da Conferência Municipal de Cultura (outubro de 2009) e a escolha de delegados que integraram a II Conferência Nacional de Cultura. No grupo, foram levantadas prioridades que poderão servir para incrementar políticas públicas já existentes; outras devem transformar-se em projetos de lei e ser enviadas ao Congresso Nacional, ou ainda integrarem ações interministeriais de estimulo a áreas afins, como cultura e educação, por exemplo.
A participação da cidade em eventos como a conferência, de acordo com o produtor cultural Juca Rodrigues, traz à tona a importância de muitas descobertas como a inclusão do município no eixo de investimentos no Sul do país. "Há outros meios para que investimentos nessa área possam chegar à cidade, e somente participando do processo é que isso será possível." Rodrigues, que integrou a Pré-Conferência Setorial de Teatro, ainda confirmou que os frutos à cultura local podem vir com a possibilidade de captar novos investimentos, a partir de projetos convincentes.
Em contrapartida a cidade também recebeu aprovação de 14 pontos de cultura, que servirão para receber novos projetos culturais com apoio do governo federal. Além de atingir a comunidade, os pontos promovem integração e também a profissionalização. "Ainda faltam projetos, e as pessoas que reclamam tanto a falta de um teatro em Foz poderiam se dedicar a isso, pois na verdade falta a produção teatral", lembrou Bonato.
Em fevereiro um dos mais expressivos passos rumo à expansão da cultura foi dado pelo Brasil e Paraguai, com a assinatura do Protocolo de Cooperação entre o Ministério da Cultura do Brasil, a Secretaria Nacional do Paraguai e a Itaipu Binacional. O acordo envolve quatro grandes áreas e inclui investimentos de R$ 44 milhões em três anos.
Um dos principais pontos está na implantação de programas voltados à ampliação do acesso à cultura e na valorização da diversidade e do patrimônio em ambos os países. Os projetos poderão ocorrer por meio do Programa Mais Cultura e dos pontos de cultura. Um dos pontos da cooperação é a construção de uma sala de apresentações para 400 lugares.
Iniciativas
Paralelamente, outras iniciativas também fortalecem o cenário local. A primeira delas trata de um Megacentro Cultural Holoteca no Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (Ceaec). O projeto, que foi apresentado à comunidade na última semana, conta com a assinatura de Oscar Niemeyer e aguarda aprovação de recursos vindos por meio da Lei Rouanet para iniciar as obras.
A intenção é fazer do local um centro de visitação e um ponto turístico, pois abrigará a holoteca (coleção de diversos objetos), biblioteca e um anfiteatro com capacidade para 800 pessoas. "O que queremos é contribuir para a sociedade e também com as manifestações artísticas oferecendo o espaço. Lógico que visamos grandes eventos, mas também abrir essa interface com a comunidade", disse o diretor-administrativo da Associação Internacional para Expansão da Conscienciologia, Juan Talavera.
A segunda iniciativa de um projeto já em andamento trata-se do anfiteatro da Universidade de Integração Latino-Americana, a Unila. A construção de todo o complexo deve iniciar no fim deste ano.
É o caso do Teatro Barracão, no Jardim São Paulo, utilizado apenas por professores e escolas de balé e projetos do mantenedor, no caso a Fundação Cultural. "Todos podem requisitar o teatro gratuitamente", diz um dos responsáveis pelo edifício.
O mesmo ocorre com anfiteatro da Escola Estadual Monsenhor Guilherme. Ambos os espaços possuem capacidade para cerca de 200 pessoas e passam a maior parte do tempo sem público, pela falta de ocupação dos grupos que anseiam pelo investimento público de um novo espaço. Em comum esses locais hoje sobrevivem com a realização de palestras e reuniões na maior parte do tempo.
"Alugamos para o pessoal de outras escolas e às vezes para o pessoal do teatro, mas a maioria das vezes o espaço é utilizado para reuniões e cursos", diz a auxiliar administrativo do Colégio Monsenhor Guilherme, Eliane de Souza.
A utilização dos espaços é feita por meio de pedidos, e eles podem ser utilizados sem o pagamento de qualquer tipo de taxa. O mesmo acontece com o Espaço das Américas, que dispõe de um auditório com 340 lugares, em local climatizado, palco e banheiros. "O espaço é de responsabilidade do Governo do Estado, mas aberto para quaisquer manifestações culturais. A utilização desse espaço é gratuita ao público, bastando agendar a atividade", informou a diretora do local, Cléia Oliveira.
Os espaços juntos poderiam formar um grande núcleo para manifestações culturais, fomentando público e também produções culturais, mas isso não acontece. Na opinião dos administradores desses locais, que são ofertados gratuitamente, o que falta muitas vezes é informação e, em outras situações, interesse.
Para o presidente da Fundação Cultural, Rogério Bonato, a produção artística na cidade deveria ser levada a sério pelos grupos que hoje pedem pela construção de um teatro municipal. "Temos mais espaços para manifestações artísticas que qualquer cidade do mesmo porte, o que não temos é produção contínua para movimentar os locais. Todos sabem que eles existem e estão à disposição", completou.
Para tanto a produção de grupos amadores tem sido fomentada pela fundação por meio da criação do Festival de Teatro de Foz do Iguaçu, que reúne todos os anos mais de 20 grupos. "A realização do festival está caminhando a passos largos e melhorando a cada ano com a presença de profissionais que orientam e ensinam. Muitos participantes são oriundos das escolas públicas municipais e despertam para as artes cênicas com o advento das Olimpíadas do Saber, do Esporte e das Artes. Nos últimos anos elaboramos vários projetos ocupacionais, em salas cedidas pelo Boulevard ou especialmente montadas no Shopping Cataratas; e curiosamente essas pessoas que clamam por um teatro nunca apareceram para prestigiar os eventos, que são de ótima qualidade", disse Bonato.
Outras iniciativas estão pelos bairros com os centros de convivência, onde além de atividades físicas as crianças também recebem aprendizado de artes, como música, poesia e outras manifestações. "Há, portanto, a intenção do município em fortalecer a cultura nos bairros, não somente com as oficinas que eram administradas por serviços terceirizados, mas também de ofertar a programação dentro dos centros, e isso abrange um número muito maior de crianças, pois os locais foram projetados para esta finalidade", disse a secretária de Educação, Joane Villela, que participa de vários eventos em conjunto com a Fundação Cultural.
Outra iniciativa recente partiu da comunidade e poder público com a realização da Conferência Municipal de Cultura (outubro de 2009) e a escolha de delegados que integraram a II Conferência Nacional de Cultura. No grupo, foram levantadas prioridades que poderão servir para incrementar políticas públicas já existentes; outras devem transformar-se em projetos de lei e ser enviadas ao Congresso Nacional, ou ainda integrarem ações interministeriais de estimulo a áreas afins, como cultura e educação, por exemplo.
A participação da cidade em eventos como a conferência, de acordo com o produtor cultural Juca Rodrigues, traz à tona a importância de muitas descobertas como a inclusão do município no eixo de investimentos no Sul do país. "Há outros meios para que investimentos nessa área possam chegar à cidade, e somente participando do processo é que isso será possível." Rodrigues, que integrou a Pré-Conferência Setorial de Teatro, ainda confirmou que os frutos à cultura local podem vir com a possibilidade de captar novos investimentos, a partir de projetos convincentes.
Em contrapartida a cidade também recebeu aprovação de 14 pontos de cultura, que servirão para receber novos projetos culturais com apoio do governo federal. Além de atingir a comunidade, os pontos promovem integração e também a profissionalização. "Ainda faltam projetos, e as pessoas que reclamam tanto a falta de um teatro em Foz poderiam se dedicar a isso, pois na verdade falta a produção teatral", lembrou Bonato.
Em fevereiro um dos mais expressivos passos rumo à expansão da cultura foi dado pelo Brasil e Paraguai, com a assinatura do Protocolo de Cooperação entre o Ministério da Cultura do Brasil, a Secretaria Nacional do Paraguai e a Itaipu Binacional. O acordo envolve quatro grandes áreas e inclui investimentos de R$ 44 milhões em três anos.
Um dos principais pontos está na implantação de programas voltados à ampliação do acesso à cultura e na valorização da diversidade e do patrimônio em ambos os países. Os projetos poderão ocorrer por meio do Programa Mais Cultura e dos pontos de cultura. Um dos pontos da cooperação é a construção de uma sala de apresentações para 400 lugares.
Iniciativas
Paralelamente, outras iniciativas também fortalecem o cenário local. A primeira delas trata de um Megacentro Cultural Holoteca no Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (Ceaec). O projeto, que foi apresentado à comunidade na última semana, conta com a assinatura de Oscar Niemeyer e aguarda aprovação de recursos vindos por meio da Lei Rouanet para iniciar as obras.
A intenção é fazer do local um centro de visitação e um ponto turístico, pois abrigará a holoteca (coleção de diversos objetos), biblioteca e um anfiteatro com capacidade para 800 pessoas. "O que queremos é contribuir para a sociedade e também com as manifestações artísticas oferecendo o espaço. Lógico que visamos grandes eventos, mas também abrir essa interface com a comunidade", disse o diretor-administrativo da Associação Internacional para Expansão da Conscienciologia, Juan Talavera.
A segunda iniciativa de um projeto já em andamento trata-se do anfiteatro da Universidade de Integração Latino-Americana, a Unila. A construção de todo o complexo deve iniciar no fim deste ano.
Fonte: Gazeta do Iguaçu
É Piada?
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